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domingo, 25 de março de 2012

O Ciclo de Vida das Organizações - 01


Empresas Crianças

O grande consultor internacional Ichak Adizes escreveu uma obra que deveria se tornar livro de cabeceira para todos os empreendedores e gestores: Chama-se O Ciclo de Vida das Organizações.
Nessa obra ele compara as organizações com os seres vivos, que cumprem o ciclo de nascer, crescer e morrer e durante esse ciclo, são vivenciadas várias etapas, que são identificadas através de sintomas.

No gráfico abaixo são representados esses ciclos:


Imagem

Por se tratar de abordagem extremamente realista, que somente poderia ter sido gerada por um consultor com grande conhecimento de causas reais e não academicismo puro, nós decidimos publicar uma série de artigos que expõem as ideias de Adizes e a maneira de identificar o estágio atual de cada organização. Vamos começar abordando a fase de namoro e infância.

A Fase de Namoro:

As ideias para fundar uma empresa, antes de tomarem forma, provocam um verdadeiro turbilhão na cabeça do empreendedor.
Nessa fase, só se pensa nas coisas boas, dia e noite. Mil ideias vêm à mente e o futuro fundador as compartilha com as pessoas que conhece. No fundo, essa necessidade de compartilhar seus sonhos funciona para ele reafirmar seus planos.
Fazendo um paralelo com o ciclo de vida de uma pessoa, essa fase é equivalente ao namoro entre pessoas muito apaixonadas. Problemas não existem, até que se comece a viver a vida de casados.
Da mesma forma, problemas não existem, até que o empreendimento se torne realidade.
Daí em frente, parece que tudo é problema. Inicia-se aí a fase da infância.

A Fase da Infância:

Os sintomas da fase de infância se caracterizam por:

  • Trabalha-se para pagar as contas
  • Nada de planejamento
  • Nada de organização
  • Todos estão na rua, vendendo, instalando, fazendo, entregando
  • Não se tem tempo para mais nada
  • Os processos não existem
  • Muito retrabalho
  • Muitas horas trabalhadas
  • Dificuldades financeiras
  • A empresa é a cara do dono
  • Se o dono morrer, a organização desaparecerá
  • Se alguém ousar a parar para planejar será taxado de filósofo ou fora da caixinha
  • Todo mundo grita e ninguém tem razão
  • Estresse
  • Os melhores sempre acabam indo embora
  • Nada de controle financeiro
  • Custos? O que é isso?

Adizes destaca em muitas oportunidades que as organizações têm a tendência de passar por todos os ciclos de vida conforme representados no gráfico acima.

A questão, no entanto, é quanto tempo poderá ficar estagnada num determinado estágio.

Muito tempo no contexto acima levará o fundador a se frustrar com o seu próprio sonho. Concluirá que é muito trabalho para pouca recompensa financeira.

Se não encontrar os caminhos para levar a empresa a mudar de patamar, desistirá.

Chamamos a atenção para o fato de não ser o tempo de existência que caracteriza a fase da vida de uma organização, mas sim, os sintomas.

Como o próprio Adizes compara, com ótimo senso de humor; "ele chora muito, dorme muito e toma muito leite". Ao lermos essa frase, pensamos num bebê, pois são sintomas comuns a uma criança muito pequenina.

No entanto, se fosse o meu caso, que já passei dos 50 anos, não seria sintomas, mas sim patologia.

Não é difícil nos depararmos com instituições com décadas de existência, mas com fortes sintomas de empresa criança. Portanto, convivem com verdadeira patologia. São empresas doentes e necessitam de forte dose de profissionalização da sua gestão para evoluírem para outro patamar.

Por: Maurício Magagna
Publicado originalmente em 14 de março de 2012
http://www.4mconsultoria.com.br/artigos/empresas-criancas/20120314155251_K_307 

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