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domingo, 18 de maio de 2014

Qual o tempo de retenção para registros do APQP/PPAP de peças automotivas?



É comum na indústria automotiva considerar que o tempo de retenção mínimo para registros de desenvolvimento e produção de peças para veículos automotores seja de, no mínimo, 15 anos.

Entretanto é necessário considerar os requisitos regulamentares (legais) e os requisitos específicos do cliente.


REQUISITOS ESPECÍFICOS DO CLIENTE

Os requisitos específicos dos clientes constituem requisitos adicionais aos requisitos da ISO TS 16949, os quais são editados pelos principais fabricantes (montadoras, sistemistas e fornecedores) do setor automotivo.
Atualmente existe mais de uma centena de manuais contendo estes requisitos, que devem ser analisados e implementados por toda a cadeia de fornecimento do setor automotivo.

Como exemplo temos a versão de Junho de 2013 dos Requisitos Específicos da Ford Company em seu requisito 4.3 (sobre o requisito 4.2.4 da ISO TS 16949:2009 e ISO 9001:2008), onde se determina manter todos os registros de APQP/PPAP pelo tempo de fabricação e venda/reposição da peça + 1 ano, à menos que de outra forma especificado pela Ford.

 
REQUISITOS REGULAMENTARES

Complementa-se o exposto anteriormente com a legislação brasileira, a qual determina no Art. 32 da Lei federal nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) que os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto, e que uma vez cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. 

Embora este período razoável de tempo não esteja ainda definido em lei, há um projeto de lei federal (Projeto de Lei nº 1.437/2003) que propõe que este período razoável de tempo não seja inferior a 15 anos. Em trâmite na Câmara dos Deputados desde Julho de 2003, este projeto foi criticado justamente quanto a alteração da redação do artigo 32, por ser considerado o período mínimo de 15 anos inegavelmente exagerado, de forma que a Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Câmara rejeitou tal proposição, aprovando, em seu lugar, substitutivo de autoria do Deputado Fernando Lúcio Giacobo (PL-PR), que prevê a redução do “prazo razoável” de 15 para 5 anos, por julgar este prazo mais adequado à realidade do mercado.


TEMPO MÉDIO DE VIDA ÚTIL DO VEÍCULO

O tempo médio de vida útil dos carros de passeio no Brasil é relativo. O motor por exemplo, quando solicitado sempre dentro dos limites e tendo sido mantido de acordo com as especificações pode rodar até 250.000 KM dependendo do modelo, sem precisar de retífica. Já o câmbio pode chegar a até 500.000 sem avarias!!! Já amortecedores, articulações, embreagem e freios tem vida média de 60.000 KM. 

O brasileiro roda em média de 20.000 à 25.000 km por ano.
Seguindo o plano de manutenção sempre, com peças corretas e bons produtos, um automóvel Gol, da multinacional alemã VolksWagen, por exemplo pode andar 10 anos ou mais sem dor de cabeça nenhuma, a não ser a manutenção preventiva regular. 


CICLO DE VIDA DOS MODELOS DOS VEÍCULOS

Já as montadoras planejam o ciclo de vida de seus modelos, que deve ou deveria contemplar de 6 a 7 anos de fabricação,  nas seguintes fases:


Lançamento:
Grandes festas para apresentar o carro à imprensa. Muita publicidade nos jornais e na TV. O carro é novidade, chama a atenção nas ruas e ainda vem cheio de equipamentos para ganhar espaço no mercado.

Ano/modelo:
A cada ano, alguns equipamentos são incluídos e muitos outros são suprimidos. Além disso, mudam um frisinho aqui, um estofamento ali...

Reestilização:
Em três ou quatro anos, mudam faróis, grade, lanternas e para-choques para tentar criar um ar de novidade. Às vezes, a novidade é um motor ou um câmbio.

Séries limitadas:
As vendas já estão caindo com a chegada de rivais mais novos. O jeito de esticar o ciclo de vida do carro é lançar séries especiais para tentar chamar a atenção sobre o velhinho.

Saída de cena:
Começam os boatos de que o modelo sairá de linha. O fabricante nega, mas as vendas já estão despencando. O carro passa a ser exposto no fundo das revendas e começa a ter liquidações do tipo “taxa 0%” ou “banco de couro grátis”. No fim, o modelo morre como indigente, sem anúncio oficial. Saída à francesa...


VOLTANDO AOS REGISTROS...

Desta forma, à um consumidor que adquirisse um automóvel Ford no ano de 2014 e estimando que o ciclo de vida do respectivo modelo fosse de 7 anos, deveriam ser garantidas peças de reposição por um período igual à soma destes 7 anos + 5 anos conforme alteração do Projeto de Lei  nº 1.437/2003.

Conforme então os Requisitos Específicos da Ford Company, os fabricantes deverão manter os registros de APQP/PPAP não somente por 8 anos (tempo do ciclo de vida do modelo + 1 ano calendário), e sim por 13 anos, atendendo ao disposto no Requisito Regulamentar (que é mais crítico ou rigoroso) e contrariando a prática convencional da indústria atual, economizando aos fabricantes 2 anos de gestão destes documentos a qual, dependendo do porte do fornecedor, sistemista e/ou montadora, pode impactar significativamente em redução de custos e utilização de recursos.


Referências:

Portal Extra - Globo.com


possui vivência de mais de dez anos implementando, coordenando e auditando Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental.





 

 

Licença Creative Commons
Qual o tempo de retenção para registros do APQP/PPAP de peças automotivas? de Fábio Aparecido Alves de Carvalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.


domingo, 11 de maio de 2014

Mesa do trabalho pode esconder focos de dores, problemas circulatórios e de visão

 

Luz, posição da cadeira e até o ar condicionado podem ser o diferencial para sua saúde no ambiente de trabalho

 Por Nathalie Ayres

 

Quem trabalha em escritório tem na sua absoluta maioria uma colega de trabalho inseparável: a mesa de trabalho. E por mais que muita gente nem sinta as horas passarem no emprego, a verdade é que grande parte das horas do dia são gastas em torno dessa estação de trabalho, o grande problema é que quando a mesa não é saudável, seu ocupante sentirá imediatamente ou a longo prazo os efeitos.

Por isso mesmo, se algo está ruim no ambiente de trabalho, não é só a produtividade na empresa que pode ser prejudicada, o bem-estar e o corpo também sentem os impactos. "Um ambiente fora do padrão confortável demanda adequações de nossa fisiologia que podem causar sintomas e cansaço", acredita o clínico geral Eduardo Finger, chefe do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos (SP). A longo prazo, problemas de visão, ortopédicos e mesmo emocionais podem dar as caras. Entre os sintomas, podemos enumerar dor de cabeça, dores musculares, mal estar, irritação, estresse... Quer evitá-los? Então tire um momento para respirar e coloque ordem na sua mesa e ambiente com essas dicas:

 

 Posicione sua luz

O ambiente de trabalho deve ser bem iluminado, até porque a realização das atividades depende disso. Mas não podemos confundir um ambiente claro com algo extremamente brilhante. "A luz muito forte causa ofuscamento e atrapalha o rendimento", explica o oftalmologista Ricardo de Almeida Neves, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO). Normalmente a iluminação do escritório já é feita pensando nisso. No caso de o funcionário querer ter uma luminária em sua mesa, nunca a posicione diretamente para o rosto, e sim para as superfícies de leitura. "É preciso avaliar bem sua necessidade, pois podem aumentar o calor no posto de trabalho e não solucionar a deficiência de iluminação que deve ser mais ampla", explica a fisioterapeuta Claudia Wanderck da Long Life Fisioterapia e especialista em fisioterapia do trabalho.  


Olho vivo no tipo de lâmpada

O tipo de lâmpada também influi na qualidade do ambiente. "Lâmpadas de halogênio metálico são prejudiciais para a visão. Já as lâmpadas frias e fluorescentes são boas para ambientes laborais", aponta a fisioterapeuta Cláudia. É preciso levar em conta também a relação da iluminação com os hormônios e a vigília, afinal o nosso relógio biológico é regulado pela luz, que pode estimular a melatonina, hormônio responsável pelo sono. "Alguns tipos de luz fluorescente estão em estudo inclusive para tentar regular o ciclo sono-vigília pela luz. A branco-azulada está relacionada a vigília e a branco-amarelada ao sono", explica a fisioterapeuta Camila Montandon, especialista em Terapias Integrativas. 
Cuidado com a janela 

A luz natural é a ideal para o trabalho e o dia a dia, afinal, foi para ela que o nosso organismo foi planejado. Mas é preciso tomar diversos cuidados para que a iluminação não atrapalhe mais do que ajude. A posição ideal é algo que os especialistas divergem um pouco. Todos concordam em um ponto: sentar-se de frente a essa iluminação é prejudicial, por causar ofuscamento. Para o oftalmologista Ricardo Neves, o ideal é se posicionar de costas, para fazer sombra no monitor do computador ou na folha de papel. Já para a fisioterapeuta Cláudia essas sombras podem ser prejudiciais, e o ideal seria sentar-se lateralmente à janela. De qualquer forma, como nem sempre dá para regular essa posição, vale a pena que o vidro tenha proteção contra os raios ultravioletas, e muitas vezes a instalação de persianas horizontais ajuda a reduzir e uniformizar um pouco a luz. 


Ajuste a tela do computador 

Esses ajustes precisam ser tanto na luz quanto na posição. Em primeiro lugar, é preciso estar atento ao brilho da tela. "O excesso de luz pode levar ao cansaço, e hoje os computadores permitem esse ajuste", considera o oftalmologista Neves. Quanto a posição do monitor, ele deve estar um pouco abaixo do nível dos olhos, em um ângulo de cerca de 15 graus. "Tanto a tela como o teclado deve estar na frente da pessoa evitando rotações. A distância do monitor deve ser aproximadamente 50 cm dos olhos", descreve a fisioterapeuta Camila. Atenção também ao posicionamento das mãos ao teclado: o punho deve estar na mesma linha dos cotovelos, para evitar extensão do músculo. "O teclado e mouse devem estar ao alcance natural das mãos e ter apoio para que seja utilizado sem esforço excessivo. Recomendo o uso de almofadas para a mão que fiquem antes do teclado e do mouse, elevando o punho", considera o ortopedista Cássio Trevizani, do Hospital das Clínicas da FMUSP.


Cadeira a postos 

A altura da cadeira é fundamental para o conforto do trabalhador. Não só porque é ela que vai garantir a posição correta das mãos no teclado, como também dos pés: "Você precisa estar com os pés integralmente apoiados no chão, e as costas retas. Apoio para os braços deve ser de tal modo que não fiquem pendentes ou retraídos, mas apoiados confortavelmente sem a necessidade de trabalho muscular", explica o clínico geral Eduardo Finger, chefe do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos (SP). Evite também se curvar para frente, provocando desgaste na coluna e maior proximidade com o monitor. Ao comprar a sua, vale investir em dois itens importantes também: o acolchoamento no assento e apoio na região lombar, como ressalta o ortopedista Trevizani.


A bagunça é o de menos 

Tudo bem que uma mesa de trabalho bagunçada pode incomodar quem a usa, mas pode ter certeza que o brilho que se reflete na superfície dela incomoda muito mais! "As vezes você encontra mesas bonitas que são brilhantes, se isso se relaciona com o computador no brilho máximo, e isso gera cansaço. O material deve ter característica de absorver luminosidade para evitar reflexo. O vidro, pro exemplo, pode refletir muito, dependendo do que está embaixo dele", considera o oftalmologista Ricardo Neves. 


Condicione seu ar 

O ar condicionado também pode atrapalhar. O seu principal problema está em ressecar o ambiente, causando diversos problemas, até mesmo devido ao tipo de atividade praticada no trabalho. "Qualquer atividade que requer concentração visual nos faz piscar menos, e a atividade é fundamental para a saúde dos olhos, pois regularizamos o filme lacrimal. Isso em um ambiente refrigerado e ressecado ajuda a aumentar a incidência do quadro de olho seco funcional", explica o oftalmologista Neves. Por isso mesmo, a higienização adequada do ar condicionado é muito importante, além de ter uma fonte de água próxima à mesa, como um copo, para ajudar a umidificar o ambiente. 


Não fique o tempo todo parado 

Sair um pouco de frente da tela do computador é importante também, até mesmo devido a redução do número de piscadas. Para se ter uma ideia, o normal é que pisquemos 22 vezes por minuto. Porém, diante de uma folha de papel o número se reduz para 10 vezes e de um tela para até 5 vezes pelo mesmo período de tempo. "Por isso é importante interromper o trabalho de vez em quando", alerta Neves. O indicado é fazer uma pausa de 5 minutos a cada uma ou duas horas passadas diante do monitor.

Andar pode ser bom, pois é um tipo de movimento que nos faz piscar mais. Além disso, isso traz outros benefícios à saúde. "Levantar traz como ganhos a melhora circulatória, de concentração e de relaxamento. Nenhum corpo suporta muitas horas na mesma posição, portanto não é posição ideal se não for modificada frequentemente", explica a fisioterapeuta Cláudia.

E os cientistas confirmam! Uma pesquisa australiana feita em 2012, por exemplo, demonstrou que a cada hora que passamos sentados pode reduzir 21 minutos da expectativa de vida. Pode parecer pouco, mas imagine quem trabalha 40 horas por semana diante do computador? E para quem tem histórico familiar de diabetes, mais um incentivo: pausas de 5 minutos a cada meia hora de trabalho ajuda a prevenir o tipo 2 da doença mais do que a prática regular de atividade física isolada. Então, que tal dar uma levantada depois de ler essas dicas? 



Publicado originalmente em: Yahoo! Beleza e Saúde 
Acessado em: 11/05/2014, 18:45 - Horário de Brasília

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Blog TOP2 Brasil em 2013!


Quão agradável surpresa não apenas o blog "Sistemas de Gestão Integrada" ter sido mais uma vez indicado pelo juri acadêmico ao Prêmio Top Blog Brasil, como também nesta edição de 2013 ser finalista e 2º colocado na categoria "Empreendedorismo", na qual concorreu!

Meus sinceros agradecimentos ao juri e aos leitores que acompanham o blog e a singela e honesta promessa de que além das melhorias no visual, outras melhorias estão por vir... e que, em 2014, sejamos Top1!!!


Fábio A. A. de Carvalho